Uma Concertação pela Amazônia, uma semente que quer ser floresta

Uma Concertação pela Amazônia, uma semente que quer ser floresta
Facilitação gráfica sobre a iniciativa Uma Concertação pela Amazônia, produzida pela Ideia Clara.

O som de “Amazônalia”, canção que faz importante crítica social das percepções deste território pelos brasileiros, do artista amazônida Eliakin Rufino, deu o tom da última plenária de 2020 da iniciativa Uma Concertação pela Amazônia, que ocorreu no dia 14 de dezembro.  

Guilherme Leal, fundador do Instituto Arapyaú e um dos idealizadores do movimento, participou do evento e comparou a Concertação à própria floresta: “Tenho muita satisfação de ver esta rede de cooperação crescer assim como acontece com uma floresta, que é a expressão da vida e se sustenta para viver”, disse. “Este é um movimento orgânico, o mais inclusivo possível, conectando várias ações sem ter uma visão única ou a necessidade de consenso”, analisou Roberto Waack, presidente do conselho do Instituto Arapyaú, na abertura do evento.

O encontro destacou a trajetória da Concertação em 2020 e como seus quatro grupos de trabalho se formaram e atuaram ao longo do ano. São eles:

Regularização fundiária: força-tarefa dedicada a formar um quadro mais claro da regularização fundiária no país com foco na transparência das informações para estabelecer um leque inicial de soluções para essa agenda.

Engajamento do setor privado: o objetivo é elaborar uma iniciativa conjunta para a inclusão de extensa rede de pequenos produtores para incentivo a negócios sustentáveis e regenerativos, mensuração de desmatamento e reconhecimento de boas práticas.

Bioeconomia: pretende disseminar modelos de negócio na agenda de bioeconomia com projetos estruturantes para a região amazônica, além da realização do Fórum Estadual de Bioeconomia do Amazonas.

Advocacy: criação de uma sala de inteligência para monitoramento da agenda verde no Legislativo, Executivo e nas redes sociais com matérias voltadas aos temas socioambientais.

Uma breve análise sobre a evolução dos trabalhos foi feita por um representante de cada grupo: Ana Toni, diretora executiva do Instituto Clima e Sociedade (iCS), falou sobre o grupo Regularização Fundiária; Paulo Pianez, diretor de Sustentabilidade e Responsabilidade Social do Carrefour, sobre Mobilização do Setor Privado; Mônica Sodré, cientista política e diretora executiva da RAPS, sobre Advocacy; e Tatiana Schor, secretária da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas, sobre Bioeconomia. O pesquisador Beto Veríssimo destacou a iniciativa Amazônia 2030 e Raquel Biderman, representante do World Resources Institute (WRI), falou sobre a Coalizão.

Todo o conhecimento construído em plenárias, encontros e discussões, além de estudos e retratos produzidos, podem ser acessados em um portal exclusivo da iniciativa desenvolvido pela Página22 e lançado em outubro: pagina22.com.br/uma-concertacao-pela-amazonia/

Amazônia Legal em Dados

Éber Gonçalves, Consultor da Macroplan, deu destaque sobre o desenvolvimento da plataforma Amazônia Legal em Dados, que vai oferecer uma visão integrada da região a partir de indicadores econômicos e sociais. São 11 temas (demografia, economia, desenvolvimento social, infraestrutura, saneamento, educação, saúde, segurança, meio ambiente, ciência e tecnologia e institucional), com 54 indicadores elaborados a partir de fontes sociais de dados consolidados e comparáveis.

Roberto Waack fez um resumo da análise Framework Amazônia com a identificação de atividades predominantes e condições atuais por regiões (conservada, arco de desmatamento, antropizada, floresta convertida e cidades) e uma proposta de agenda mínima por área específica e geral para toda a região.

Divididos em grupos, os participantes fizeram uma reflexão sobre a caminho percorrido e qual seria o papel da Concertação pela Amazônia em 2021. Waack fez um resumo das percepções: “Reconhecemos que o movimento deve acolher e não competir com outras ações; tem que ter uma perspectiva local sem viés político; deve dar visibilidade às iniciativas sem ser contemplativo; precisa qualificar o debate plural atuando também como interlocutor com o governo; e lidar com as emergências”.

E tudo isso com a perspectiva cultural, ampliando o espaço para artistas como aconteceu na abertura e encerramento desta plenária.

Conheça Eliakin Rufino, artista convidado da Concertação:

05 Amazonália na Eliakin DIZ (soundcloud.com) 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Eliakin_Rufino

Eliakin Rufino