A Amazônia perdeu 74,6 milhões de hectares de cobertura vegetal natural em apenas 36 anos – a área dos danos equivale ao território do Chile. No mesmo período, atividades diretamente ligadas à devastação ambiental aumentaram no bioma: a mineração cresceu 656%; infraestrutura urbana, 130%; e agricultura e pecuária, 151%.
Os dados compõem um levantamento inédito realizado pelo MapBiomas Amazônia, divulgado no final de setembro, que usou imagens de satélite obtidas entre os anos 1985 e 2020 para produzir conhecimento sobre as mudanças e propor estratégias de conservação mais precisas. A área compreendida no estudo abrange todo o bioma amazônico, desde os Andes – onde houve a diminuição de 52% de geleiras no período –, as planícies e as transições com Cerrado e Pantanal.
O mapeamento indica que, em 2020, 15% de toda a área da Amazônia havia deixado de ser floresta e foi transformada em pastos, agricultura, cidades ou mineração. Em 1985 essa área era de 6%. Caso a tendência verificada pelo estudo se mantenha nos próximos anos, o bioma poderá alcançar o ponto de inflexão, que marca a irreversível transformação da floresta em savana, ainda nesta década – estudos sugerem que isso ocorra com a perda de 20% a 25% da cobertura vegetal. Acesse a Coleção 3.0 de Mapas Anuais de Cobertura e Uso da Terra da Amazônia.
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