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Amazônia Possível promove debate sobre combate à ilegalidade na Amazônia durante a COP25 em Madri

Da esq. p/ dir.: Marcello Brito (ABAG), Márcio Nappo (JBS), Brenda Brito (Imazon) e André Guimarães (Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura).

A iniciativa Amazônia Possível realizou na segunda-feira, 9/12, na Conferência do Clima da ONU, a COP25, em Madri, o painel “Combate a ilegalidade na Amazônia: rastreabilidade da cadeia da carne”, que, entre outros assuntos, debateu caminhos para garantir a transparência deste setor na região Amazônica.  Participaram do painel o facilitador da Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura, André Guimarães; o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), Marcello Brito; o diretor de Sustentabilidade Corporativa da JBS, Márcio Nappo; e a pesquisadora do Imazon, Brenda Brito.

Em sua fala, Brenda Brito destacou a importância de aprimorar os sistemas de registro fundiário na Amazônia. “Hoje, a lei acaba estimulando a ocupação ilegal. Nem sempre a primeira pessoa que chegou na terra é a mais indicada para explorá-la”, disse ela, que destacou ser a grilagem ainda uma das maiores ameaças à floresta. “Grilagem é obter um pedaço de terra pública usando para isso um ato ilícito. A lei ainda não oferece uma resposta contundente para esse crime”, completou. 

Marcio Nappo, da JBS, destacou a importância da rastreabilidade na agropecuária. “Hoje o consumidor quer saber de onde veio o produto e como ele foi produzido. Desde 2009, por exemplo, não compramos carne de fazendas que desmatam”, explicou.

A empresa trabalha agora na construção de uma plataforma interativa para que os produtores possam colocar informações sobre sua produção e suas propriedades. “Quem colocar as informações mais completas e acompanhadas de documentos para prová-las receberá benefícios da empresa”, explicou, como uma “espécie de programa de milhas”.

Para o presidente da ABAG, Marcello Brito, a questão fundiária da Amazônia necessita de mais planejamento. “O governo precisa estar mais presente na região. O Ministério da Justiça, o Ministério Público, a polícia, temos que aumentar a presença do Estado e diminuir a impunidade”, completou. 

Segundo Renata Piazzon, líder do programa Mudanças Climáticas do Instituto Arapyaú, um dos principais apoiadores da Amazônia Possível, é importante congregar o setor privado, governo e sociedade civil em torno de um compromisso para cessar imediatamente as atividades ilegais na região Amazônica e pavimentar o caminho para o desenvolvimento sustentável da floresta.

No dia 11/12, membros da Amazônia possível e empresas que atuam na região amazônica se reuniram na COP25 para apresentar cases de uso sustentável da floresta pelos negócios – saiba como foi.

Carmen Guerreiro

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