Concurso reconhece qualidade e sustentabilidade na produção do cacau especial brasileiro

Concurso Nacional de Qualidade do Cacau Especial do Brasil 2021
Vencedores durante entrega de prêmios do Concurso Nacional de Qualidade do Cacau Especial do Brasil. Foto: Ana Lee.

No último dia 22, o Concurso Nacional de Qualidade do Cacau Especial do Brasil, que está em sua terceira edição, premiou as melhores amêndoas produzidas no Brasil. A produtora Cláudia Calmon de Sá, de Itabuna (BA), ficou com o primeiro lugar na categoria varietal, com a variedade BN34. Já o vencedor da categoria blend (mistura de variedades) foi o produtor Robson Brogni, de Medicilândia (PA). Ao todo, foram 94 amostras inscritas, número bem superior às 53 do primeiro ano do evento. O anúncio dos vencedores ocorreu em uma festa de premiação no Cana Brava Resort, em Ilhéus (BA).  

A intenção da premiação é estimular e promover a excelência da produção de cacau especial – que requer cuidados específicos do plantio à colheita –, elegendo não apenas as amêndoas de maior qualidade, mas também aquelas resultantes de um processo de produção mais sustentável. Por isso, além de serem avaliados quanto à qualidade sensorial dos produtos, das amêndoas e do licor, os produtores também precisam demonstrar que utilizam práticas mais integradas ao meio ambiente em suas produções, primeiro por meio de um questionário e, uma vez classificados, passam por auditoria nas propriedades. 

“O Concurso Nacional busca premiar as melhores amêndoas de cacau do Brasil, mas tem como principal estratégia valorizar o saber fazer, valorizar o homem do campo. Nós pudemos ver no concurso o quanto essa valorização, principalmente do pequeno produtor, é importante e como isso é transformador na vida dele”, conta Cristiano Villela, diretor científico do Centro de Inovação do Cacau (CIC), realizador do evento em conjunto com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) e apoiado por diversas instituições públicas e privadas do setor. Juntas, elas têm unido esforços para que esse seja o principal evento da cadeia cacaueira do Brasil. 

Neste ano, o Pará liderou o ranking conquistando todo o pódio da categoria de blends, incluindo um empate técnico na terceira posição. A Bahia ficou com as duas primeiras na categoria varietal, e o terceiro lugar chamou a atenção pelo ineditismo. Em sua primeira participação, o estado de Rondônia garantiu uma posição no pódio, representado pelo produtor Mauro Tauffer, de Buritis (RO).

Dois outros produtores, ambos do Pará, receberam menções especiais por terem se destacado em outros concursos que também prestigiam o cacau, a nível nacional e internacional. João Evangelista, que está concorrendo entre os 50 melhores do mundo no Cocoa of Excellence – evento que ocorrerá em Paris, no próximo mês – diz estar honrado com a indicação e reconhece que o trabalho não é só dele. “A gente não consegue sozinho. Eu fiz minha parte, mas também existe o apoio de pessoas, equipes e técnicos, que nos ensinam o que não sabemos”. 

Nas edições anteriores, levaram o prêmio produtores do Pará, Bahia e Espírito Santo. O júri da etapa final foi composto de especialistas em chocolate, como Ale Costa, da Cacau Show; Lucas Corazza, jurado do programa Que Seja Doce da GNT; e Luciana Lobo, chef da Dengo Chocolates.