Diversas experiências do sul da Bahia, muitas delas com o apoio do Arapyaú, têm mostrado como a combinação de recursos filantrópicos, privados e públicos podem alavancar ações de impacto, sobretudo quando há uma sociedade civil atuante. Por esse caráter mais sistêmico, essas experiências têm despertado o interesse de diversas organizações dispostas a se aprofundar no assunto.
Uma delas é a Latimpacto, rede que promove conexões e oportunidades de aprendizagem para instituições voltadas para o impacto na América Latina e no Caribe. A iniciativa, em parceria com o Arapyaú, estruturou uma viagem de campo para os participantes interessados em conhecer o modelo de desenvolvimento territorial na região sul da Bahia.
O roteiro da viagem para Ilhéus e Serra Grande incluiu visitas ao Centro de Inovação do Cacau (CIC), ao assentamento Dois Riachões, à associação de fortalecimento comunitário Tabôa, à Rede de Agroecologia Povos da Mata e à Dengo Origens, experiência que percorre os caminhos do cacau ao chocolate.
A Latimpacto, da qual o Arapyaú é integrante, busca enfrentar os problemas sociais e ambientais da América Latina combinando filantropia e investimento de impacto, com a preocupação em mensurar os resultados. O objetivo da chamada “venture philanthropy” é captar tanto o interesse de investidores atraídos pela ideia de promover avanços sociais, mas com geração de retornos financeiros, bem como o de fundações e doadores tradicionais.
O sul da Bahia também recebeu um grupo de alunos da Audencia, escola internacional de negócios da Europa com sede em Nantes, na França, conhecida como capital da inovação. Sob o tema “Impacto econômico, social e ambiental do cacau na Mata Atlântica”, o curso reuniu 13 estudantes de MBA nas áreas de gestão empresarial, marketing e comunicação para uma experiência imersiva de aprendizado sobre a cadeia do cacau. A iniciativa é resultado da parceria entre o Instituto Arapyaú e a Audencia, com apoio da Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) Sul da Bahia.
“Esta ação faz parte do nosso compromisso em tornar as soluções desenvolvidas e implementadas em nosso território uma referência para a agenda de desenvolvimento sustentável, em âmbito nacional e internacional”
Ricardo Gomes, gerente do Programa Desenvolvimento Territorial do Sul da Bahia do Instituto Arapyaú
A programação contou com visitas ao Instituto Floresta Viva (que atua pela preservação da Mata Atlântica), à Taboa Fortalecimento Comunitário e à experiência Dengo Origens, entre outras. A agenda foi organizada de forma a permitir que os estudantes testemunhem como estratégias de impacto positivo têm sido desenvolvidas na região, onde a alta relevância ambiental convive com a vulnerabilidade socioeconômica.
O curso é, ainda, uma oportunidade para os participantes de diferentes partes do mundo conhecerem a fundo um caso de bioeconomia tropical. “O sul da Bahia e suas cabrucas são um exemplo de empreendedorismo e conservação ambiental. É excelente que o potencial da região esteja atraindo a atenção de outros pontos do mundo”, aponta Mariana Sales, Secretária Executiva da ADR Sul da Bahia.