A praça de Serra Grande se encheu de música, dança e cultura durante o lançamento do minidocumentário “Da Mata Atlântica para o Mundo”. Crédito: Igor Pimentel
Na noite de 24 de maio, a praça de Serra Grande, no sul da Bahia, se transformou em um palco de festa. Nem mesmo a chuva dispersou o público que se reuniu para acompanhar o cortejo do Boi da Jurema e ver as apresentações musicais de Matuto de Serra Grande, Mulheres em Domínio Público, Seu Lito e Laiô. Os grupos e artistas são protagonistas do minidocumentário “Da Mata Atlântica para o Mundo”, realizado pelo Instituto Arapyaú e dirigido por Mariane Claro e Igor Pimentel, que foi apresentado pela primeira vez ao público da cidade.
“Percebemos como foi importante para os artistas a oportunidade de se verem na tela”, comenta Sabrina Fernandes, gerente de Comunicação do Arapyaú.
A obra, que integra uma série de três mini documentários lançados no início do ano, celebra as sonoridades e culturas do bioma onde a história do Brasil começou, fazendo ponte com outros territórios, em especial, a Amazônia. O público tem a oportunidade de adentrar a natureza com Seu Matuto, cantando as músicas de caboclo, e brincar de quadrilha com Seu Lito, que mantém viva essa tradição.
“Eu quero ser luz acesa e para sempre vou brilhar”, canta Dona Val, cantora e compositora de Salobrinho (BA), outra protagonista do minidoc. Ela, que viveu por anos em uma fazenda de cacau, aprendeu as músicas que os trabalhadores entoavam para amenizar o fardo da lida. São “músicas de roça, de lavadeira”, como ela mesma define, e que hoje chegam a mais ouvidos graças à banda Mulheres em Domínio Público, de Ilhéus (BA).
Do boi-bumbá ao samba de roda, esses ritmos da floresta são expressões culturais que misturam elementos das tradições indígenas, africanas e europeias, espelhando a própria diversidade da Mata Atlântica.