A primeira plenária de 2021 da Concertação pela Amazônia teve como tema “Amazônia e os novos caminhos de cooperação internacional: Brasil e EUA”. Reuniu importantes personalidades norte-americanas na questão climática do governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que desde sua campanha eleitoral demonstrou interesse em ajudar a proteger a floresta. Entre eles, participaram o advogado americano Todd Stern, responsável pela articulação com o governo chinês que foi a base do Acordo de Paris; Thomas Shannon, ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil e agora enviado especial do clima de Biden; e Nigel Purvis, CEO do Climate Advisers.
Na plenária, que contou com membros da Concertação pela Amazônia, Thomas Shanon lembrou da relação entre Brasil e Estados Unidos em torno de assuntos climáticos e a importância de trabalharem juntos nesta questão. Ele também é co-presidente do conselho do Brazil Institute do Wilson Center, think tank (grupo de reflexão) global que junto com a Concertação pela Amazônia criou o Fórum Brasil Estados Unidos de Sustentabilidade e Mudança Climática. Este Fórum soma esforços para o movimento mundial em prol das questões ambientais, e irá promover discussões de forma permanente para colaborar com ações e formulação de políticas para preservação do meio ambiente.
Ainda na plenária, Nigel Purvis apresentou o “Plano de Proteção à Amazônia”, elaborado pelo grupo Climate Principals, formado por ex-ministros norte-americanos, que foi entregue ao presidente Biden em janeiro passado. Pelo plano, o objetivo é aprimorar a legislação dos EUA para que o país não contribua para o desmatamento ilegal da região amazônica.
“É um caminho de como os Estados Unidos podem apoiar no espírito de amizade, respeito e colaboração com as pessoas que vivem na Amazônia”, disse ele, em reportagem sobre a plenária publicada no Valor Econômico. “É uma oferta de incentivos e apoio financeiro de modo que seja economicamente viável, que o desenvolvimento sustentável e a conservação da Amazônia estejam na linha de frente”, falou.
Todd Stern abriu a plenária da Concertação pela Amazônia lembrando que Joe Biden prometeu, durante a campanha eleitoral, mobilizar US$ 20 bilhões para ajudar a acabar com o desmatamento da Amazônia. Também reforçou o espírito de cooperação entre os dois países, ainda mais depois da eleição do novo presidente Joe Biden.
“A Ciência está dizendo claramente que precisamos parar o desmatamento globalmente nesta década. O desenvolvimento descontrolado e o desmatamento ilegal na Amazônia não podem ameaçar a segurança e o bem-estar das pessoas no Brasil e no mundo”, disse ele, e acrescentou: “Não vamos alcançar as metas do Acordo de Paris sem manter a Amazônia intacta”.